Não vim com o intuito de aprovar ou desaprovar a ação de Welington Menezes de Oliveira, o atirador que matou 12 crianças em uma escola do Rio de Janeiro. Penso que a questão é muito séria para ser tratada como vem sendo, pela mídia, pelos políticos e pela sociedade como um todo.
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Wellignton Menezes |
Ao assistir os vídeos liberados pela polícia, onde Welington lê seus manifestos antes da sua ação, podemos refletir muito sobre o que está acontecendo.
As agressões físicas, verbais e morais são coisas antigas em nossa sociedade, e inclusive dentro das escolas. Os mais diversos preconceitos rondam por entre nós e nunca foram coisas consideradas "anormais". Muito pelo contrário, fazem parte da nossa "normalidade humana". Essa é a questão: o ato de pensar que as coisas são normais, quando não são, é chamado de "Normose", (uma doença), segundo o grande Professor Hermógenes.
Recentemente a nossa adorável mídia começou a falar com frequência sobre o bullying, a mais nova palavrinha americana em nosso vocabulário cotidiano. Convenhamos que está na moda usar esta palavra e que até então ninguém falava a respeito.
O assunto sobre bullying teve uma repercussão ainda maior quando um vídeo no youtube fez grande sucesso, em que um garoto norte-americano, que sofria bullying todos os dias por ser obeso, se defendeu contra uma agressão física. O garoto foi considerado um herói por pessoas do mundo inteiro por se defender corajosamente das agressões e se tornou um ícone.
Após o chocante assassinato praticado pelo Welington, o assunto bullying volta a tona. Realmente algo sério a ser tratado pela sociedade. Mas a questão é: isso é reflexo das ações de nossa sociedade cada vez mais competitiva, é reflexo da educação dada por pais preconceituosos, reflexo de uma competitividade de grupos diversos, reflexos de um capitalismo selvagem, reflexos de uma programação televisiva imbecil e desinformativa, reflexo das chamadas ditaduras da moda e da estética, e várias outras coisas. E isso não é nada novo.
Exemplos valem mais que conselhos: Filhos de pessoas preconceituosas terão atitudes preconceituosas. É fato. E cada ação tem sua reação. Ao julgar um pobre, um gordo, um negro, um homosexual, um aleijado ou seja lá o que for, acredito que se lembrará das palavras desse "atirador".
Certo ou errado, acredito que Welignton passou uma mensagem que deve ser estudada com muito cuidado pela sociedade. Afinal, Jesus foi o único cristão que conseguiu dar o outro lado do rosto para um tapa. E olhe lá!
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